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Vivência étnico-racial na educação infantil: o Maternal II do EDI Fernão Dias enriquecendo seu conhecimento cultural a partir das literaturas*

Autora: Gabriela Tavares de Sousa

O presente texto apresenta a Prática Pedagógica proposta à turma de Maternal II, EI-32, no Espaço de Desenvolvimento Infantil Fernão Dias, que possui 25 crianças entre 3 a 4 anos. A Turma é atendida pelas educadoras Gabriela Sousa, Professora Regente de Educação Infantil (EI), Jaqueline Delcarpio, Professora Articuladora de Educação Infantil e Aline Oliveira, a Agente de Educação Infantil.  A partir das Literaturas Negras e Indígenas de cunho infantil trabalhadas com a turma, foi possível a construção de uma bagagem literária que possibilitasse às crianças conhecimentos sobre as culturas e modos de viver de alguns povos originários e, também, alguns povos africanos. Entre essas Literaturas podemos citar os livros “Noite e  Dia na Aldeia” e “Curumim”, do autor Tiago Hakiy (2018, 2014), que pertence ao povo Sateré-Mawé; o livro “Infância na Aldeia”, da autora Márcia Wayna Kambeba (2023), que pertence ao povo Tikuna; o livro “Sinto o que Sinto e a Incrível História de Asta e Jaser”, do autor Lázaro Ramos (2019), que traz a referência dos povos do Vale do Rio Omo; e o Livro “Olelê, uma Antiga Cantiga da África”, do autor Fábio Simões (2015), que traz a referência dos povos que vivem à beira do Rio Cassai. Os dois rios citados estão situados do continente africano, o que viabilizou a pesquisa e estudo desses povos junto às crianças.

Assim, após adquirirem um conhecimento significativo sobre estes povos, os pequenos participaram de uma vivência étnico-racial onde puderam manusear e explorar culturais indígenas e afro-brasileiros, como instrumentos musicais, livros de Literatura indígena e negra, bonecos e bonecas pretos, cuias, cabaças, tecidos africanos, arco e flecha, elementos que já haviam conhecido por meio das contações de histórias dos livros citados. Esta atividade pedagógica promoveu ao grupo o contato e manuseio desses elementos que, antes, as crianças conheciam somente por ilustrações e fotos.  As imagens tomaram forma indo além do imaginário infantil, possibilitando o livre brincar por meio do “faz de conta”, tão presente no dia a dia da Educação Infantil, onde as crianças criam e elaboram a partir de suas percepções com as experiências vividas, ampliando seus repertórios culturais e seus vocabulários.

Palavras-chave: Literaturas. Culturas. Educação Antirracista. Educação Infantil. 

(*) Resumos do Seminário de Boas Práticas em Educação Para as Relações Étnico-Raciais.

Gabriela Tavares de Sousa

Licenciada no Curso de Pedagogia (2010) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Professora de Educação Infantil na Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (desde 2014). Participa do Grupo Ujima Contadores de Histórias Negras (desde 2017), e atualmente também atuo na Coordenação Pedagógica do mesmo. Coautora dos livros " Vértice: Escritas Negras", Ed. Malê, 2018 e "Literatura Negro-brasileira do Encantamento Infantil e Juvenil", Ed. Nandyala, 2022. Pós-graduada em História e Cultura Africana e Afro-Brasileira pelo Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (2019). Formadora do curso Onã-Infâncias e Relações Étnico-Raciais do Módulo IV – Literaturas e Contação de Histórias Negras e Indígenas, (2020). Coordenadora Pedagógica do Curso de Contação de Histórias de Inspiração Griô e Literatura Infantojuvenil Negra (2024). Atualmente está lotada no E/CRE(05.15.804) Espaço de Desenvolvimento Infantil Fernão Dias.

Referências

HAKIY, Tiago. Curumim. Curitiba: Posigraf, 2018.

HAKIY, Tiago. Noite e dia na Aldeia. Curitiba: Positivo, 2014.

KAMBEBA, Márcia Wayna. Infância na Aldeia. São Paulo: Ciranda na Escola, 2023.

RAMOS, Lázaro. Sinto o que sinto e a incrível história de Asta e Jaser. São Paulo: Carochinha, 2019.

SIMÕES, Fábio. Olelê. São Paulo: Melhoramentos, 2015.

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